Vida e Morte de um Herói do 13 BC - Capítulo XVII
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Gazeta do Povo - Termina a Segunda Guerra Mundial ? Itália faz na despedida dos soltados da FEB
Da redação / 21/3/2022 - horas - Desde a chegada no porto de Nápoles, em 6 de outubro de 1944, Etelvino Silveira de Souza e os demais integrantes do 2ª Escalão da FEB - Força Expedicionária Brasileira - cantavam a Canção do Expedicionário para aliviar a dor da saudade de um amor agora tão distante e de familiares que lágrimas derramaram à sua partida. No estribilho da canção; Por mais terras que eu percorra, Não permita Deus que eu morra/ Sem que volte para lá; Sem que leve por divisa/Este"V" que simboliza/A vitória que virá: Nossa vitória final, Que é a mira do meu fuzil, A ração do meu bornal, A água do meu cantil, As asas do meu ideal, glória do meu Brasil. Agora, diante de informações sobre o possível fim da guerra, se aproximava o dia de voltar ao seu querido Brasil com o "V" da vitória conquistada nas com o risco da própria vida e com a morte de centenas de companheiros.
O final da Ofensiva da Primavera se deu em 29 de abril de 1945, com a assinatura do documento de rendição em nome dos exércitos alemães na Itália. O fim das hostilidades foi alcançado em 2 de maio de 1945. No dia 7 de maio de 1945, o Comandante Militar alemão Alfred Jodl assinava a rendição incondicional da Alemanha na cidade francesa de Reims. Os planos de Karl Dönitz, então Presidente da Alemanha no governo de Flensburg, era adiar ao máximo a assinatura do instrumento de rendição. O seu objetivo era ganhar tempo para que o maior número possível de civis e militares pudessem se entregar aos aliados ocidentais e não aos soviéticos. No entanto, o General Eisenhower, ao tomar conhecimento desse plano, exigiu a assinatura imediata do documento.
Foi na casa da irmã Antonia, que Maria Francisca e o marido Thomaz Silveira de Souza, pais de Etelvino, ouviram no rádio alimentado por energia eólica, a notícia do fim da guerra, naquela noite inesquecível de maio de 1945. Foi uma verdadeira festa com muitos abraços e lágrimas de alegria. Na volta para casa parecia que os vagalumes em revoada tornavam a noite menos escura, e o coaxar dos sapos soava como música as ouvidos dos pais do Expedicionário. Ao entrar em casa, Maria Francisca abriu um armário de onde retirou velas, uma caixa de fósforos e se dirigiu ao seu quarto onde estava a imagem de São Pedro, seu santo protetor. Ascendeu as velas e de joelhos permaneceu por um longo tempo orando em agradecimento sem conseguir evitar as lágrimas.
Cerca de 20 dias tinham decorrido desde a chegada da última carta de Etelvino. Como nesse período aconteceram os combates da Ofensiva da Primavera, uma nova carta do Expedicionário nunca foi tão esperada. Entre a notícia do fim da guerra e a chegada da carta ansiosamente esperada passaram-se poucos dias que pareceu uma eternidade. Agora havia certeza que Etelvino voltaria em breve. Um clima de euforia tomou conta da família e podia ser observado nas conversas entre pais e irmãos, também nos encontros com parentes e pessoas amigas. A alegria estava de volta estampada no semblante de adultos e crianças.
Durante o período de espera para embarcar de volta a Brasil, posto que as batalhas na Europa haviam cessado, muitos pracinhas aproveitaram as licenças e o tempo ocioso para conhecer algumas cidades próximas da região. Conheceram as cidades de Roma, o Vaticano, Pisa, Pompeia. Muitos pegavam carona para se deslocar.
No próximo capítulo; a apoteótica recepção na chegada dos heróis ao Rio de Janeiro.
Nova postagem na segunda-feira, dia 28.
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Ary Silveira de Souza - Editor do JI Online
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